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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Palais Royal


O que hoje é o Palais Royal foi construído pelo Cardeal Richelieu (e por isso era chamado de Palais Cardinal enquanto Richelieu estava vivo). Era uma posição estratégica para uma residência porque ficava quase em frente ao Louvre, o palácio-fortaleza real. Após sua morte, Richelieu o deu em testamento a Louis XIII, Rei da França.

Luís XIV viveu aqui em sua infância e durante a Fronda, uma revolta dos nobres que protestavam contra a centralização do poder real. Numa noite, os nobres invadiram o quarto do rei para ver se ele estava realmente lá. O Rei fingiu dormir, e pouco depois ele e sua família fugiram de Paris. Quando retornaram, preferiram a segurança do Louvre ao luxo do Palais Royal.

O Palais Royal passou então para o irmão do rei e seus descendentes. Um deles, Philippe d'Orleans, endividado, construíu uma série de lojas e residências em torno do jardim para ganhar dinheiro com o aluguel. Durante o período pré-revolucionário, o jardim e as lojas em volta se tornaram o centro da vida cultural de Paris. 

Cafés, cassinos, teatros e prostitutas pelos corredores dos prédios. Assassinatos, escandâlos e conspirações ocorriam aqui. O movimento que levou a queda da Bastilha, começou aqui quando um agitador subiu numa mesa de um café e sacou duas pistolas, gritando "As armas, cidadãos!".

Por fim, esse primo do rei, que durante a revolução ficou conhecido como Philippe Égalité, e que era dono do Palais Royal, acabou guilhotinado durante a Revolução Francesa, embora tenha votado pela morte do Rei, seu primo.

Durante a Jornada do Patrimônio, nós fizemos uma visita guiada pelos jardins e interiores do Palais, e a guia falou de histórias que ocorreram ali. A mais interessante das que conseguimos ouvir (porque a mulher falava baixo e em francês!) era de um restaurante que não tinha garçons, você anotava na comando o que queria e a comanda descia por um "elevador" na mesa até o porão, onde a comida era preparada e voltava pelo "elevador" a mesa. Bom para conspiradores, eu imagino :)


O Palais Royal hoje em dia é sede de várias instituições do governo francês, como o Conselho de Estado, o Ministério da Cultura e o Conselho Constitucional. E também de vários restaurantes caríssimos para turistas ricos. Tem um restaurante que ainda é o mesmo da época pré-revolução. Imagine o quanto você deve ter de pagar pra sentar a bunda na mesma cadeira onde Danton sentou! E algumas obras de arte moderna de gosto duvidoso, como essa ai encima - uma série de colunas no meio do antigo pátio do palácio.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Palácio de Luxemburgo

O prédio em que fica o Senado foi construído em 1625 para acolher a família real, por ordem de Maria de Médicis, regente da França, que achava o Louvre desconfortável. Naquela época era praticamente um palácio de verão, situado no campo. Hoje em dia fica no meio de Paris, no Jardim de Luxemburgo, no Sexto Arrondsiment.


Durante a Revolução Francesa foi transformado em prisão, até que em 1804, Napoleão Bonaparte resolve criar ali o Senado do Império. No começo eram 80 senadores, que logo foram aumentando de número. 


Trono de Napoleão

Logo o lugar onde os senadores se reuniam ficou pequeno para acolher a todos e foi acrescentada toda uma nova ala em 1836.



Durante a II Guerra Mundial, a Luftwaffe transformou o palácio em sua sede em Paris.


O Senado tem uma enorme biblioteca para os Senadores com 450000 volumes


Escadaria de Honra do Senado


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Jornada do Patrimônio

Uma das coisas que eu gosta aqui é que, ao contrário do Brasil, na França o patrimônio histórico e cultural é valorizado. Não se faz uma reforma do Pelourinho em um governo, inaugura antes das eleições e depois se abandona como aconteceu em Salvador. Outra coisa, em uma cidade de interior provavelmente existem mais museus do que nas grandes capitais do Brasil.

Esse final de semana nós fomos participar da Jornada Européia do Patrimônio, que é um mega evento cultural e que ocorre todo terceiro fim de semana de setembro. Durante um fim de semana vários prédios públicos e particulares que normalmente ficam fechados ao público podem ser visitados.

Nós visitamos uma escola antiga, o Senado e o Palais Royal. Apenas três lugares de mais de uma centena que estavam abertos aos visitantes.

Abaixo, o que resta da primeira muralha de Paris, construída por Felipe, o Belo.

Cenas de Paris

Essa quem viu foi Carol.

Uma mulher no mêtro, voltando da academia e levando numa sacola seu tênis e seu baguete que iria comer um pouco mais tarde. Os dois juntos, com a sola do tênis tocando no pão...

Bois de Bologne

O Bois de Bologne é uma dos parques dos arredores de Paris.  Muito bonito, de fazer inveja nos parques de Brasília (que é quente e seco) e Salvador (que só existe no nome mesmo). Os parisienses lotam o parque no fim de semana.

Quando está fazendo sol é um ótimo lugar para passear no domingo... aproveitando que ainda estamos não estamos no inverno em Paris, e que ainda faz um sol (embora o vento seja frio).

Quem quiser pode passear de bote no lago que fica no meio do parque.

Mas eu prefiro mesmo ler um bom jornal ou livro sentado na grama.

O Bois de Bologne era famoso no século passado quando Manet pintou as corridas de cavalo no parque.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

França x Brasil


Para quem acha que o Brasil é complicado, com suas inúmeras Constituições (já estamos em qual? A oitava?) saiba que a França não fica muito atrás!

Outro dia estávamos tentando entender a história da França. Porque por aqui eles já estão na V República. 

E isso desde a Revolução Francesa (1789) e ainda teve dois impérios no meio (Napoleão e depois seu sobrinho, Napoleão III).

Ou seja, mais uma coisa que puxamos dos franceses além do sistema burocrático (uma repartição aqui é igualzinha a uma do Brasil, hehehe... ).

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Fogos de La Defense

Foram 40 minutos de fogos e música para comemorar o aniversário de La Defense. E consegui tirar umas boas fotos dos fogos.







O mais legal era o fogo que saia de perto do Arco. Dava pra sentir o calor de onde a gente estava.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

La Defense

La Defense é um distrito financeiro nos subúrbios de Paris.

Se fosse em Brasília seria chamada de SAEN (Setor de Áreas Empresarias Norte) ou algo assim.


Alguns dos prédios mais altos de Paris estão por aqui. E até 2015 mais torres serão construídas.

Do Arco do Triunfo você consegue ver os prédios de La Defense ao fundo. O mais famoso deles e é o Arco de La Defense, que se alinha com o Arco do Triunfo, a Champs Elysée e o museu do Louvre.

No dia 9, La Defense fez 50 anos. E eles fizeram um foguetório pra comemorar.




Aqui é o povo se reunindo pra ver o espetáculo. O lugar encheu de uma hora pra outra. Quando chegamos todos os restaurantes ainda abertos estavam com filas gigantescas, mas Carol conseguiu encontrar um supermercado aberto e fizemos um lanche enquanto esperávamos o show de fogos começar.

Amanhã posto fotos do show de fogos. Pela primeira vez consegui tirar boas fotos de fogos de artíficio!

Museu d'Orsay

O Museu d'Orsay fica as margens do Sena. Antigamente era uma estação de trem e hotel, que foi construída para a Exposição Universal de 1900 (a mesma da Torre Eiffel).

Ainda tem o relógio enorme na entrada da estação. É um prédio muito bonito.


É voltado para as obras de artes mais recentes, a partir de 1848, e conhecido pela gigante (bota grande nisso, não conseguimos ver todas as salas) coleção de obras impressionistas. Tem um monte de quadros famosos que você já viu em algum lugar, mesmo se for como eu, que não conheço muita coisa de pintura. Os que eu conhecia estavam lá. Muito legal. Deu vontade de saber mais sobre os pintores e movimentos.

E se você conhecer os artistas então, aí é quase um pecado não ir ao Orsay.


Teste seus conhecimentos: você sabe quem pintou essa obra?

Do museu tem uma vista legal da Sacre Couer.


Ah, é permitido tirar foto das obras, desde que não use o flash. Tirei muitas fotos. Infelizmente teve uma hora que a máquina desligou e ligou automaticamente e quando fui tirar a foto saiu um flash enorme! Isso bem numa das pinturas mais famosas do mundo, de Renoir, e numa sala lotada!


Disfarcei, sai pro outro lado da sala, e depois disso tirei muitas fotos de meu pé, testando o flash antes das fotos. Só fiquei feliz que teve uma outra turista que fez a mesma coisa logo depois, hehehe.

domingo, 7 de setembro de 2008

Bercy Village

Antigamente essa região da cidade ficava fora de Paris e era um entreposto comercial à margem do Sena. Aqui o vinho que vinha do sul da França em barcaças pelo rio era armazenado e vendido aos parisienses. Com isso, os comerciantes e parisienses não pagavam os impostos para entrar em Paris.

Mas, por volta de 1850 a municipalidade de Bercy foi incorporada a cidade de Paris. Assim perdeu-se o privilégio fiscal. Além disso, no séc. XX o vinho passou a ser engarrafado nas próprias vinículas e o trem se estabeleceu como meio de transporte.

Com isso, essa região entrou em decadência e os armazéns foram abandonados. Há uns anos atrás a região foi reformada e no lugar dos antigos armazéns de vinho foram abertos restaurantes, cinemas, lojas de quadrinhos, scrapbooking, uma FNAC e mais algumas lojas. Mas a especialidade do lugar é realmente a comida. São vários restaurantes um parecendo mais bonito que o outro.


É um lugar encantador e agradável, ótimo pra passar uma tarde em Paris ou para ir jantar. Para chegar lá: Mêtro linha 14, estação Cour Saint-Émilion.

Do lado do Village Bercy fica um parque bom para descansar no gramado depois do almoço.


Eu e Carol comemorando 3 anos que nos conhecemos!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Waterloo: Onde Napoleão perdeu a guerra e eu perdi 20 euros

Sou fã de história, principalmente história militar.

Então se tava na Bélgica não tinha como não ir ver o campo de batalha de Waterloo. Queria ver o lugar onde Napoleão perdeu a guerra e acabei perdendo 20 euros :)

Pra começar é ruim de chegar lá sem carro. Tem de pegar trem e depois o ônibus. 8 euros já se foram. O site diz onde pegar o ônibus, mas não diz onde saltar dele... resultado, saltamos 3 pontos depois e tivemos de pegar outro buzu pra voltar até o museu.

Ai você paga 12 euros pra ver todas as atrações. Todas? Todas!!! São muitas... mas melhor era só ter pago por uma mesmo...

1 - O Tour do Campo de Batalha num caminhão 4x4: foi a única parte que se salvou pra mim, e isso porque eu já li um livro sobre a batalha de Waterloo (recomendo - A Batalha: História de Waterloo). Deve ter sido interessante pra mais alguns fanáticos por Napoleão. O resto deve fazer como as crianças tavam fazendo... dormindo. Basicamento você vai de um lado pro outro do campo, com uma narração dizendo o que aconteceu (tudo com uma musiquinha constrangedora que não sei porque eles acham que dá emoção a narração).

2 - O painel com uma pintura da batalha numa sala mofada.


3 - O museu de cera: com umas 15 estátuas de cera e uma sala com uns 3 rifles e 4 espadas. Me pergunto como eles não conseguiram pelo menos umas armas pra mostrar. Um canhão que fosse... (Se quiser ver armas antigas recomento o museu Brennand, em Recife. Muito bom.)


4 - Um mapa que apresenta o desenvolvimento da batalha hora a hora... e que devia ser impressionte uns 15 anos atrás. Eles podiam pelo menos dar um update nas atrações. Com o que tinha de turista eles devem ganhar muito dinheiro.

5 - Um filme sobra a batalha... err... pula essa parte. O diretor desse filme devia ser fuzilado.

6 - E você pode subir no morro pra ver o campo de batalha. Considerando que o morro não estava lá na época da batalha, eu passei essa...

Resumindo... compre o livro e nunca... nunca... vá a Waterloo!!



Você pode perder a guerra... ou pior... sessenta reais.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cerveja, muita cerveja!

Adoro cerveja e a Bélgica também é o paraíso da cerveja.

Bebendo uma cerva em Brugges.



Uma loja só de cervejas em Bruxelas. Além de cerveja de tudo quanto é tipo (e preço, exceto o barato) tinha cada copo fantástico! Uma pena que não deu pra comprar nenhum copo pra coleção.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mussels e batatas fritas

Além do chocolate e da cerveja, a comida típica da Bélgica é mussels (mexilhões) com fritas. Muito bom!





Comemos um no quarteirão chamado L'Ilôt Sacré (Ilha Sagrada), umas ruelas medievais lotadas de restaurantes que vendem basicamente... mussels com batata-frita. É só olhar os preços, escolher um restaurante e sentar.



Com um copo de cerveja então, é uma delícia!

Bruxelas - A Grande Praça

Bruxelas é a capital da Bélgica, um pequeno país dividido em duas metades. Uma que fala francês. E a outra que fala uma língua esquisita aparentada ao holandês. Por isso em Bruxelas as placas são sempre escritas nas duas línguas: o francês e a língua esquisita (tá, tecnicamente chamada flamengo).

A principal atração de Bruxelas é a praça central, chamada de Grande Praça. É uma visão impressionante. Saindo de uma das ruas estreitas do centro histórico você de repente encontra um praça e parece ser transportado pro passado. Então você vê as centenas de turistas tirando fotos, volta ao presente, e se lembra de fazer o mesmo.




O prédio principal da praça, o mais interessante, é a prefeitura. Com uma torre enorme quase no meio dele (um lado é maior que o outro) e ornamentado por 320 estátuas é realmente um dos mais bonitos que já vi.

Uma dica legal é que pode-se fazer uma visita guiada pelo interior do prédio. Uma guia leva os visitantes a uma volta pelo primeiro andar da prefeitura, explicando a história do prédio e da Bélgica. Podem ser vistos muitos quadros e salas realmente bonitas. O tour tem horas certas e as vagas acabam rápido. Quase não conseguimos entrar, mas a mulher ficou com pena de nossa cara de decepção e conseguiu mais duas vagas. Os horários das visitas ficam expostos na entrada inerna do prédio.

Essa visita só prova que a Bélgica é um acidente histórico. Já que por toda sua história o território onde hoje fica a Bélgica foi dominado primeiro pelos Duques de Borgonha, depois pelos Habsburgos Espanhóis, pelos Habsburgos Austríacos, pelos franceses durante Napoleão, por fim pela Holanda e só em 1830 se tornou independente...ufa...

Do outro lado da praça fica um prédio gótico onde hoje está o museu da cidade.



Os outros prédios da praça pertenciam quase todos as corporações medievais (açogueiros, arqueiros, barqueiros, alfaiates, etc..).

Os prédios da Grande Praça eram feitos de madeira, até que foram destruídos em um cerco em 1695 feito pelos franceses. Apenas a torre da prefeitura escapou da destruição. As coorporações os reconstruíram como os vemos hoje. Pelo luxo das fachadas, havia uma disputa para ver quem era a coorporação mais rica.


A noite o prédio da prefeitura é iluminado de hora em hora enquanto se ouve música clássica e a iluminação vai se modificando de acordo com a música.