Estou fazendo um Curso de Francês na Sorbonne e uma das partes mais intessantes é poder ver alguns professores de lá darem conferências sobre vários assuntos. A de História da Arte é muito cheia. O Professor é bom, o cara tem um conhecimento absurdo de história e de arte.
Ele começou mostrando uma das obras mais importantes do período da Idade Média: Les trés riches heures du Duc de Berry (As mui ricas horas do Duque de Berry), um manuscrito iluminado ricamente ilustrado, contendo textos, orações e salmos.
Como todo mundo sabe que eu me interesso muito por história medieval, fiquei bastante curioso. O livro tem mais de 200 folhas e muitas ilustrações importantes, por mostrarem detalhes da vida na idade média.
O Louvre era originalmente um castelo medieval que defendia o lado oeste de Paris e que fazia parte das fortificações de defesas construídas por Filipe Augusto, a partir de 1190, que circulavam a Paris medieval. Uma parte dessas muralhas ainda podem ser vistas no bairro do Marais.
Um século e meio mais tarde, em 1358, Paris já tinha crescido para além dos muros de Filipe Augusto. O rei de então, Carlos V, resolve contruir uma nova linha de muralhas. O Louvre, no interior da cidade perde sua função defensiva. É a partir dessa época que o Louvre se torna uma residência real.
Mas é François I, em 1527, já durante a renascença, que ordena a demolição da antiga fortaleza e manda construir um palácio moderno, inspirado nas idéias renascentistas e nos palácios da Itália.
Cinquenta anos depois, o Louvre, mistura da antiga fortaleza com o novo palácio, é considerado desconfortável por Catarina de Médicis, que ordena a construção, 500 metros mais a oeste, do Palácio de Tulieres. A partir daí a ambição dos reis é juntar os dois palácios.
É Henrique IV (o rei que disse "Paris bem vale uma missa") que, entre 1595 e 1610, constroi a Grande Galeria à margem do Sena, com 450 metros de extensão, ligando os apartamentos reais do Louvre ao Palácio de Tulieres. Mas seu assassinato interrompe as obras, o interior resta inacabado. Seu filho, Louis XIII, muito jovem, só vai se interessar pelo Louvre 15 anos depois. E vai ser Luis XIV, o Rei-Sol, quem vai completar as obras da Grande Galeria.
É ao tempo de Luís XIV que o Louvre vai tomando a forma que conhecemos, com a última parte da fortaleza medieval sendo destruída para dar lugar a outras galerias que seguiam o estilo clássico. Mas Louis XIV troca o Louvre por Versailles e novamente as obras são deixadas inacabadas.
Mas Louis XIV.... Louis XV... Louis XVII e.... A Revolução Francesa chega.
Em 1793, A Assembléia transforma o antigo palácio real em museu e o abre aos artistas e a visitação popular....
Gratuitamente! Ao contrário de hoje em dia :(
Viva a Revolução!!!
As obras expostas vem das coleções reais ou das casas dos nobres emigrados.
Nessa pintura Projet d'aménagement de la grande galerie du Louvre, 1796, de Hubert Robert (nome engraçado esse) - que foi o primeiro curador do Museu do Louvre, temos uma visão do museu na época da Revolução, com artistas copiando quadros famosos e gente do povo admirando as obras colocadas na Grande Galeria.
Bem, espero que tenham gostado do post. Outro dia coloco a parte II da história do Louvre, da Revolução à Visita de Ronaldo!
2 comentários:
Oi Adorei!
Assim como vc adoro história medieval, história da arte e... viajar. Mas as minhas viajens são virtuais e esses blogs me levam de carona!
bj
Amei, sou apaixonada por história. Coloca logo a parte II da história do Louvre.
bj
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